Ninguém ignora que a poesia é uma solidão espantosa,
Uma maldição de nascença, uma doença da alma.
(Jean Cocteau)
Quando a alma entristece, o corpo adoece.
E quando a boca cala, o corpo fala.
O nariz escorre quando não se permite chorar.
A garganta fecha quando não consegue falar das aflições
A ansiedade impede de respirar.
O estômago arde quando a raiva surge e não consegue sair
O diabetes invade quando a solidão dói
A culpa adoece os rins.
Doenças pélvicas surgem de relacionamentos corrosivos
O corpo engorda quando a insatisfação aperta
E perde peso quando acaba o interesse.
Sentimentos negativos trazem a dor de cabeça que deprime
A alergia é fruto da intolerância e do perfeccionismo.
As unhas quebram quando se perde a força
O peito aperta quando o orgulho escraviza
O coração infarta quando não há como lidar com a ingratidão.
A pressão sobe quando o medo aprisiona
As neuroses paralisam quando o “eu” tiraniza
A febre surge quando a imunidade é ameaçada.
O coração desiste quando viver não faz mais sentido
O que adoece não é a só dor, a ausência, a saudade
Mas também a eterna escolha do papel de vitima.
Em alguns casos, o mal pode estar no excesso de orgulho
Ou na necessidade de controle.
Tentar compreender o que de verdade nos aflige
é um passo para começar a lidar com os problemas,
antes de interiorizar as dores da alma.
“Na vida, cada um escolhe o que plantar,
mas deve ter consciência que é isso que irá colher”.
Li algo parecido na sala de espera de um espaço terapêutico, e este texto é uma espécie de reflexão a respeito.
(*) Imagem de 1981 do francês Jean Fabre
6 comentários:
O pior é que tudo isso é verdade. O corpo fala e a gente colhe o que planta. Por isso é importante pensar em cada atitude.
Laura:
Lindas reflexões, profundas!
O q mais me pegou é qdo
vc diz q dor, ausência e saudade provocam as moléstias (já sabemos), mas a escolha pelo papel de vítima provoca o mesmo mal! Isso é pra pensar!
Parabéns e obrigado pela reflexão!
bjs saudosos.
Maurício
A alma ao menos se cura com Jean Cocteau, mas pelo que parece não existam traduções das obras dele no Brasil. Que falta que faz!
LAURA, que bacana!!!
Ainda estou 'tomando chegada' no seu blog mas já estou gostando.
Vou acompanhar.
Uma beijoca. Foi ótimo te ver ontem.
Dá um pulinho no meu, ok?
Vou circular por aqui. Bjs.
Puxa Laura, é uma reflexão e tanto...O corpo realmente fala, e quando cala, é porque está com a alma precisando de cuidados. Muito bom! Adorei! Beijos querida!
Fala, como fala, mesmo quando não queremos dizer.
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