quarta-feira, 19 de agosto de 2009

O pequeno pardal



Eu não devo ser normal. Ponto. Tenho absoluta fixação em algumas personagens trágicas. Edith Piaf é uma delas. E me emociono toda vez que ouço aquela voz ardida saída de um coração sangrando no corpinho miúdo entupido de álcool e morfina, sempre pronto a se arriscar de novo no amor. Leio, ouço e pesquiso tudo a respeito dessa mulher cujo sobrenome artístico quer dizer “pardalzinhol”. De fato, cantando ela sempre parecia um passarinho mirrado lutando para se manter no microfone, embora a voz tivesse a potência da sua dor.


Ela me veio à mente agora, porque acabo de receber um e-mail com um link de youtube intitulado “Edith Piaf – mãe e filha”, com um dueto virtual da cantora Isabelle Boulay com ela cantando “Non, je ne regrette rien” (traduzindo, meio que “Não, eu não me arrependo de nada”). É lindo de ver e ouvir. Se quiser conferir, clique aqui.

Mas, na verdade é tudo um engano. Edith Piaf nasceu em 1915 e, em sua vida conturbada, teve uma única filha, Marcelle, que morreu aos 2 anos vitima de fome, abandono e meningite. Edith morreu em 1963 aos 47 anos, mais de vinte anos portanto antes de nascer a linda e talentosa Isabelle Boulay em Quebec, no Canadá.


Pieguice das pessoas em logo achar que ambas eram mãe e filha? Talvez. Mas valeu, porque fez meu coração passarinho voar um pouco nesta manhã onde o sol teima em aparecer e ficar.

Aqui a letra e tradução dessa pérola musical.


Non, Je Ne Regrette Rien (Michel Vacucaire/ Charles Dumont)
Não! Eu não lamento nada...


Non, Rien De Rien, Non, Je Ne Regrette Rien

Não! Nada de nada...Não! Eu não lamento nada...

Ni Le Bien Qu`on M`a Fait, Ni Le Mal

Nem o bem que me fizeram, nem o mal

Tout Ca M`est Bien Egal

isso tudo me é igual!

Non, Rien De Rien, Non, Je Ne Regrette Rien

Não, nada de nada...Não! Eu não lamento nada...

C`est Paye, Balaye, Oublie, Je Me Fous Du Passe

Está pago, varrido, esquecido, Não me importa o passado!

Avec Mes Souvenirs J`ai Allume Le Feu

Com minhas lembranças, acendi o fogo

Mes Shagrins, Mes Plaisirs,

Minhas mágoas, meus prazeres

Je N`ai Plus Besoin D`eux

Não preciso mais deles!

Balaye Les Amours Avec Leurs Tremolos

Varridos os amores, E todos os seus tremores

Balaye Pour Toujours

Varridos para sempre

Je Reparas A Zero

Recomeço do zero.

Non, Rien De Rien, Non, Je Ne Regrette Rien

Não! Nada de nada...Não! Não lamento nada...!

Ni Le Bien Qu`on M`a Fait, Ni Le Mal

Nem o bem que me fizeram, nem o mal

Tout Ca M`est Bien Egal

isso tudo me é bem igual!

Non, Rien De Rien, Non, Je Ne Regrette Rien

Não! Nada de nada...Não! Não lamento nada...

Car Ma Vie, Car Me Joies

Pois, minha vida, pois, minhas alegrias

Aujourd`hui Ca Commence Avec Toi

Hoje, começam com você!

6 comentários:

Claudia disse...

Laurinha,
Seu blog está uma delícia. Sempre o acompanho, embora não deixe mensagens em todas as visitas.
Hoje, resolvi deixar-te um beijo.
Claudia

Y.N. Daniel disse...

A primeira vez que a ouvi, foi cantando o hino da frança.
Acho que tinha quatro anos de idade.
Relembrar Piaf é sempre bom.
:D

Sady Folch disse...

Que lindo Laurinha...

Vou encontrar um poema que fiz a ela no ano passado,e então te mostro.

Bjs

Sady

Anônimo disse...

que delícia você relembrar Edith... adoro. Tantas teorias, mas o sentimento fala alto... mas sabe dei até uma viajada para Luiz Vieira e lembrei Menino Passarinho... Beijos!!! Obrigada!!!!

Andrea disse...

Gosto de ler vc............ me sinto em mim........ a vontade............ e fico sabendo de coisas..... conhecendo coisas........ acrescenta......... vou mergulhar em Edith...........

Petê Rissatti disse...

Apesar de não conhecê-la tão bem, gosto bem dela... a voz sofrida, dolorida. Vou ver depois o videozinho, boa dica.

Beijos com saudades